O Brilho da Ciranda!

O Brilho da Ciranda!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Ali pertinho...





Era um dia sem pressa, queria conhecer tudo mais a fundo, ter a pureza do ar mais profunda em meu pulmão,o cheiro da chuva em contato com o asfalto e com o gramado, sentir o espaço que uso no mundo com a matéria do escafândro, ouvir a música misturada com os sons das falas alheias, do trem, do trilho, dos bocejos, do soluço da velinha ao lado, do assunto extremamente cotidiano, de um casal de cegos, da criança olhando pela janela e batendo o brinquedo (um passarinho que parecia querer ultrapassar o vidro e voar), na janelinha em intervalos constantes!
Fui menos sonhadora nessa viagem, não porque eu quisesse, mais como se eu já sentisse desde cedo que deveria ser mais razão pelo final da história...
Errar caminho e se atrasar, não me levou a nada além de lavar o espírito e me deixar molhadíssima na chuva mais forte e mais rápida que eu já poderia ter tomado!
Viagem longa de trem, para um lugar não longe.. Na bolsa, papel e caneta para anotações que não foram necessárias, não desta vez... Uma lembrança a alguém em que eu poderia conhecer, perfume no qual nesse dia não quis fazer uso, algo pequeno que contém muitas buscas denominadas músicas, chaves, dinheiro, o Caco/coincidência ou não (minha girafa de dedo, presente de uma velha amiga, bom companheiro de viagem).
Mudança de trem, algumas estações distantes uma das outras, lá começa a mudança, pessoas humildes, pessoas sem roupas bonitas, pessoas sem futilidades, mas tão educadas, calmas, e elas ainda são daqui de perto... Passa-se mais estações, adolescentes dão seus lugares a garis, respeitam seu cansaço e admiram sua profissão, quantas crianças, entram e saem do vagão, pouca roupa pouco brinquedo mas muito sorriso e amor de seu familiares! Até ai o percurso me deu o privilégio de tempo feio, fechado, muitas nuvens  negras na minha cabeça, sol de rachar, sol de deserto,tempo aberto, céu limpo só o sol sorria inundado de sentimentos a nos passar!
Chego no destino depois de quase duas horas, ansiosa, sem talvez um porque.
Chuva, chuvinha, chuvisquinha... um pretexto para eu adiar mais alguns minutos o encontro com um menino iluminado.. Comecei a desenhar, o desenho incrivelmente tinha ligação, sem eu ainda saber de nada, era uma rosa vermelha, os caros leitores não entenderão, mas depois que ele ler "O Pequeno Príncipe" ele entenderá!
Ahhhh, que cidadezinha calminha, nem parece ser daqui de perto, humilde, cidade sem muitos aconchegos instantâneos, uma surpresa no local do encontro, quanta comidinha gostosa, todos os tipos ao redor de uma praça, onde  foi tudo cômico, chego por lá e de baixo do chuvisco, um batalhão de motoqueiros, daqueles mesmo, barbudos de coletes, coturnos e cabelos cumpridos, bebendo cervejas curtindo um show, de uma banda do gosto deles, gritos, palavrões, típico, e legal por hora, muita felicidade rolava naquela concentração, agora a parte cômica, as pessoas dessa cidadezinha estavam horrorizadas, a mães tampando os ouvidos das criancinhas, achei brilhante! E para terminar o show, iláriamente eles não poderiam deixar de ser bons sarcásticos, então do grande vocalista soam as palavras "Obrigado a todos, que estão aguentando nosso show por mais de duas horas do previsto de término, de vocês que estao na chuva curtindo o som, e é claro das nossas GATAS, que nos aguentam cantando e bebendo por horas, e quando chegamos em casa, de tão bêbados nem as comemos!" (Extra-ordinário)...
A parte do encontro e de tudo o que aconteceu entre eu e esse querido menino, será pulada, aqui é apenas o relato superficial de um dia especial...
... Me levou para conhecer o teatro, que belo, humilde, mas minha admiração pelos preços dos ingressos e da atenção com a arte da cidadezinha, era indescritível, estava abobalhada, as esculturas, a do teatro foi chamada de feia, não aceitei, e uma linda, dois bailarinos, parecia de bronze (não sei o material), belíssima! Ao lado do teatro, a escola de Ballet, de Circo, de esportes e por aí vai, pensei nesse instante em mudar-me para lá!... Logo por ali avistei em uma grande montanha cercada de neblina, uma casa maravilhosa, linda linda linda, logo me avisaram que não era uma casa era um igreja e que de lá a noite era a vista mais linda das estrelas, logo pensei em minha Lua, esse pensamento logo voou!
Seguimos para o centro novamente pelo mesmo caminho, tinha um corrêgo, se não me engano, encontramos um Quero-Quero, sim um Quero-Quero perdido por ali, se escondendo da chuvinha!
Chegamos!
Conheci amigos de amigos de amigos de alguém que eu estava começando a conhecer por aquele momento... Mas logo notei, ahhhhh como a autenticidade das pessoas mudam de lugar pra lugar, lá as crianças ainda são crianças, elas tem toda a inocência, os adolescentes, ainda são adolescentes e ainda tem a inocência e ainda brincam com as crianças e tomam sorvetes sentados na praça, estava encantada com isso, e tambem com aquilo, o que se chamava decoração Natalina, centro lindo, pequeno, mas comportava a todos da cidade em extrema confortabilidade!
Para concluir, o final foi engraçadissimo, triste ou melhor emocionante, e minha volta calma, pensativa e conclusiva!
Foi extremamente bom, com direito a choro intenso em minhas paredes confissionárias (quarto)!
Tive tudo em um dia só!
Obrigada as pessoas todas que figuraram em um dia importante!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O Poder Saudade!

Ela aperta o meu coração, nó em minha garganta, vontade de chorar, de gritar, de nos agarrar naquela Lua, realmente confundindo o real com o imaginário, o quero as vezes intrigantemente não presente em meu real cotidiano, agora nem mesmo no meu irreal cotidiano, afinal é o que queremos, ou talvez o que seja apenas o melhor a fazer...
E que se um dia lágrimas rolarem,  sinta o gosto salgadinho delas, elas secam nossa sede! E como vale a pena sentir isso... é por ti!
Sentir trsiteza por nao ser eu a estar ao teu lado a te morder as orelhas, a te beijar o nariz, a deitar-te em teu peito, a receber massagem energética.. e o calor de tua mão!
Simplesmente se isso tudo realmente existiu.. ou foi minha imaginação!
Como sempre....
Eu quero voar.. a distancia nao terá mais vez!
E amar eu vou amar!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Apse de L...

Tudo comeca la, celular toca, agora meus ouvidos estao atentos, as noticias importantes do radio, e do outro lado o som da voz de um amado.. Saio nas pressas ainda tentando lembrar quais foram mesmo as noticias faladas, alias ate mesmo o qual foi o horario marcado, lembro so de ter esquecido de sussurrar-lhe algo, deixo isso pra mais tarde.. agora nao da tempo, a bolsa maior que eu, contem tudo o que eu preciso ou na verdade invento que preciso, chego la em baixo, encontro ou nao encontro, droga nao foi dessa vez, parece que agora vai ficar mais dificil...
Entro num lugar onde so vejo pes, isso, isso mesmo que tem chule, todos formalmente ou nao, mais calcados, vejo-os nao como simples sustentabilidade de cada ser, e sim como criaturas, elas se juntam, juntam aqueles que sao da mesma cor, aqueles que nao tem preconceitos e sao diferentes, as vezes vejo uns brigando e pisando e depois indo embora em cima de outros inocentes... Ta!
Chega dessa loucura, nao percebo muito, mais sempre alguem que puxar papo, adoro, conhecer pessoas novas, sempre com outros problemas, mas num da desculpe, desco por aqui!
Recolho-me dento de musicas.. danco sem perceber, so percebo quando recebo risos de aprovacao, sinto vergonha mais retribuo o jesto carinhoso com o riso e com uma pergunta..
Concede-me essa danca?
A resposta sempre, NAO.. mais nao me atinge, sempre soube, porque se nao nao chamaria a dancar, pois se aceitasse nao saberia bailar com tal.. iria me ferrar!
E assim vai me sinto feliz de vez enquanto, quando as loucuras me levam a apses...
Porque voce pensou em Apses de Loucura?
Nao era isso que queria dizer!

Apse de Laierys!

sábado, 10 de outubro de 2009

Incompreensivel... ja disse... nao tente!

Nausea, nausea, nausea.... como ela que pode ser chamada ainda tanto de garota quanto de menina, sente essa porcaria desse enjoo??
Eu sei como ela sente, eh a confusão, o martírio de ainda sonhar com ambiciosidades treposas, com o que muitos chamariam de pecado, o que na verdade pra ela, significa querer todos, ou todas, elas que se chamam paixão, ao teu lado, junto, de cabeça, mente, e corpo, mas corpo nao a afetaria tanto se fosse somente mesmo so o corpo, pois desejos as vezes sao insaciáveis...
Tenho certeza que a estudei direitinho para poder lhe contar em segredo, entao como diria um amigo, falemos baixinho, ela nao sabe lhe dar com uma vital realidade, boba mas cruel pra ela, simples de ser resolvida, aceita e engolida, mas nao entra em sua mente, ela gosta de sofrer, tudo sempre foi obstaculos pra ela afinal, nao eh mesmo? ... entao porque sentiria o prazer do gozo final sendo sinceramente tao facil???? .. Isso seria injusto, nao seria? O gosto daquilo que a deixa extremamente nervosa, raivosa, gelida, impaciente, rancorosa, vingativa, tremula, chorona, a faz ter prazer, eh como aquele lindo livro fechado na pratileira da livraria, tras mais curiosidade do que aquele que se encontra ao lado gritando.... "Abram, e me folheiem".
Inacreditavel mas sera voce que ela abrira mao assim sem nenhuma dificuldade maior!
Dentre tantas paixão, ela enlouqueceu e nao por tua causa!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Parada de risco...


.. continuação caros leitores!
Não são tantas as palavras para você entender, mas não precisa afinal quem anda naqueles trilhos sou eu apenas, no máximo você está entre umas das plataformas!

... Era tudo Novo, meus pés afundaram e paralisaram em meio aos trilhos todos enferrujados, e apenas dois sons, o do vento que soprava calmo a me acompanhar, e das pedrinhas que eram atiradas por aquele ser sentado com as pernas juntas ao queixo, se o fizesse deitar a posição era fetal, mas ele já era grande.
Não olhava para os lado.. não fazia nenhuma gesto a não ser o arremesso... Eu estava louca a chamar-lhe a atenção,  chutei as pedrinhas, nada, passei em frente a ele indo e voltando, nada, comecei a cantar em voz alta, a canção de Jeff Buckley, nada novamente, resolvi que valia a a pena subir a plataforma nessa parada, e desvendar meu menino mistério, subi devagar e fui me aproximando, ele me irritava, com aquela calma e falta de curiosidade, e a minha apenas aumentava, sentei-me ao lado, na mesma posição deixando entre nós apenas o monte de pedrinhas amontoadas por aqueles dedos, senti o cheiro do perfume de sua pele, nesse momento eu já estava a sorrir, me sentia feliz, mas não completa, sussurrei "Assim quieto e inocente, um artista se aconchega para meu canto" ... olhei para o horizonte o por-do-Sol, querendo tomar conta de minha vista, aquele tom alaranjado que eu gostaria de enxergar do espelho dos olhos dele, até a escuridão o silêncio tomou conta, minha esperança já não havia, até que nada podia me completar mais naquele momento do que estava prestes a acontecer, ele esticou as pernas para frente, eu o imitei, pois as mãos a cima dos joelhos, eu continuei a imitar, e olhando para  o horizonte ouço o som do riso mais gostoso, desvio o meu olhar para meu mistério, ele olha em meus olhos me corroendo as entranhas, deixando me faltar o ar, me sentia vermelha, quente, suando, meus olhos era assustados, e o sorriso dele me gelava a espinha, suas palavras foram "Sua inocência a levará longe pequeno amor, mas esqueça de minha face se queres ser feliz." ...
.. Não me lembro mais de seu rosto, mas lembro-me de não ter achado o meu grande amor físicamente belo!
.. Mas me lembro até hoje de amar o mais belo feio físicamente!
Pois agora, no andar da carruagem, depois que o novo perdeu a magia da novidade, resta ver, no balanço das almas, o que restou no balaio.

Me deixou espantada!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pelos Trilhos da Fascinação..


... O fascínio me vem brilhante a mente, me arrepia certamente os meus lugares mais errôneos, ou talvez até mesmo certeiros, depende a direção que você vai, e a que se encontra...Como posso aqui encontrar alguém que me faça sorrir, e de tantas milhares existirem eu falar apenas com nem  1%, como não vou sonhar e fazer minha imaginação pirar se ainda há tanto a me ensinarem, a brincarem com meu mundo de fascinções!
Quando torno a refletir sobre meu assunto preferido, meus pés descalços tocando os trilhos ferroviários de minha eterna fascinação, olhos fechados e bem apertados, sorriso no rosto, equilibro de uma digna equilibrista, braços abertos, sinal da cruz, vento tocando o rosto e levando os cabelos louros para traz com uma força leve, e na pontinha dos dedos, bem lá no extremo, gélidos e suados.
Toda vez em que abro os olhos estou em um estação nova, com tipos de seres diferente..
Até agora a que me deixou mais espantada, e digamos assim.. com mais medo, foi ........ conto na próxima vinda...!   

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

As notas influenciam!






Ela estava conseguindo se desentender com todo mundo, até mesmo com aqueles que a amam de um jeito desconcertante, estava se afastando de tais outras pessoas, querendo se isolar, tirava o sono tranqüilo de sua noite,chorava por tudo.. até mesmo por aquilo!
Hoje ela acordou cedo, depois de um noite tranqüila de sono, feliz pela noite passada, só conseguia ouvir os cantos dos pássaros, e sorrir novamente, ontem teve um grande bolo de Notas!
Más o melhor, é calma e a leveza de hoje, o brilho, e vontade de sorrir, e receber quem está a chegar!
Ela Ama!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Maria Pincel quer voltar!

        Maria entrou num lugar onde a tempos tinha medo de parar, passou por lugares parecidos, escondendo o medo que estava de se aproximar denovo de alma!
        Antigamente lá ela entrava, com uma quentura, com o sorriso no rosto, uma pressa de nunca sair de lá sem todas as cores de tintas que queria e que lhe faltava em seu ateliê imaginário, sem aqueles apetrechos que a satisfazia, pincéis do 000, até 36, da esponja pincel, das espátulas lindas de madeira que ainda iam ganhar a cor das próprias emoções de Maria.
        O cheiro das tela novinhas. novinhas, como se acabassem de sair do forno, mais sem recheio, e da grande imaginação dela já as via em cima desde o salgado até o doce, todas prontinhas!
         Aqueles tubos de tintas tão só nas pratileiras, fazia Maria ter uma dó, e quase praticar um ato criminoso de as colocar na cestinha de compras, mas elas simplesmente trocou olhares com os tubos, e els o intenderam, mais tarde ela voltaria para bucá-los, más ela devia ir com mais cautela, pois ela já estava com 9 pincéis lá dentro da grande cestinha!
         E afinal,  Maria está a um tempo alejada, e por hora teve uma vontade avassaladora, e para ela não acabar, como está acontecendo ultimamente com certas frequencias, ela vai com muita calma, muita calma, para cada dia mais se apunhaláda por golpes de pincéis antigos. Como uma revolução, eles estão todos bravos, vindo daquele dia horroroso em que Maria os colocou todos para fora de casa com todos os amigos, sem nenhuma dó, vindo com faixas gigantescas e força nas vozes da Arte, dizendo (MARIA, OLHE PRA TI, O QUE TE FAZ MAL É FICAR AI PARADA SEM NÓS)....
         Que demore um tempo, mais derrubemos até lágrimas torcendo para Maria voltar a ser Feliz com suas Artes, afinal ela é Arteira!
      Quem é Maria:: 

terça-feira, 1 de setembro de 2009

-Na Atmosfera do meu Equílibrio

      - É...É nela que não mais consigo me concentrar, é ela que não está mais deixando meu sono prolongar-se durante as horas da madrugada, ela é a culpada pelo susto que me faz beber água durante horas da manhãna!
      -Nada mais é do que mil alfições a se resolver, ué!! (tom irônico)
      - A sim eu sei que é isso...
      - Poxa então o que você quer saber:: (tom irônico novamente)
      - Quer mesmo que eu lhe pergunte::
      - Diz logo, (tom apressado)
      - Calma, não perca o equilibrio, mas ja lhe aviso desde já, não quero respostas, bom eu tenho a lhe perguntar...
      - Hãn::(tom irônico como sempre)
      - Cadê a minha calma:: Minha cautela,  minha força, minhas vontades, minha deicadeza, meu carinho, meu sorriso em qualquer situação enfim cadê meu esquilibrio::::
      - Poxa tinha percebidoque algo estava estranho!... Memso assim, Eu te Amo! (tom acalentoso)
      - Shhhhhhh... disse, sem repostas!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Meus Devaneios não são mais os mesmos!

E de uns tempos assim, sem calor sem pensamentos, as pessoas percebem que em transe minha imaginação se permite avançar! Talvez não haja uma explicação, e só haja um desejo incontrolável de me perder a voar nos meus sonhos e delírios... Eu posso te afirmar que consigo transformar tudo em irreal! As minhas palavras são de marshmellow, e voam no ar soltando aquele cheiro doce doce!
Os móveis todos são de papel, com um assopro os mudo de lugar, meu sonhos já viram realidade por si só!
Meus devaneios não são mais os mesmos!

sábado, 18 de julho de 2009

Doce Solidão


"Foge que eu te encontro.. Que eu já tenho asa... Isso lá é bom::::"

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Em torno do Sol...!
















...Vem a Lua me enlouquecer
Por mais que eu pense

Que eu sinta, que eu fale

Tem sempre algo pra dizer

Por mais que o mundo dê voltas

A noite passada

Você veio me ver

Na noite passada

Eu sonhei com você

Ó Lua de cosmo

No Céu estampada

Permita que eu possa adormecer

Quem sabe, de novo nessa madrugada

Ela resolva aparecer!



Madre Deus


frente as estrelas
costas contra a madeira
no ancoradouro
de Madre Deus
meus olhos vão
com elas
no vão
meu corpo todo desmede-se
despede-se de si
descola-se do então
do onde
longe do longe
some o limite
entre o chão e o não

frente ao infindo
costas contra o planeta
já sou a seta
sem direção
instintos e sentindos
extintos
mas sei-me indo
e as coisas findas
muito mais que lindas
essas ficarão
dizia
a poesia
e agora nada
não mais nada não

domingo, 14 de junho de 2009

Afetos quentes!


Quentes...
Tanto quanto uma pedra de gelo descendo por toda a dimensão das costas!
Uma buchecha comprensada com o travesseiro, e olhos atentos, na janela de cortina vermelha, onde bate o Sol, que faz refletir a vermelhidão por todo o ambiente...
Até parece que tem gente!
É tua grande imaginação, ela te faz viajar por todos os lugares onde ele está, onde ele pode me ver e enxergar meu olhar vidrado, me sentir e sentir meu corpo todo arrepiado, sorrir e ver meu mais belo sorriso, cheirar aquele perfume que passo todos os dias esperando o nosso encontro, sentir minhas mãos geladas e suadas, mas apenas as mãos!
Sem dizer uma palavra, observar todos os milimetros do escafândro imaginado, fazer sentir meus suspiros, passar a mão e sentir a aveludado do rosto, do pescoço, dos ombros, das costas, do peito, da barriga..
Ouvir apenas o som das nossas risadas, fazendo ecos pelo mundo, transmetindo a sensação de futilidade dos acontecidos anteriormente, sentir a textura do cabelo!
E quando a hora do Sol ir embora para dar o lugar apenas para a Lua brilhar, ouvir da minha boca teu nome, junto com minha voz roca, triste e serena! .. Ouvir dos teus lábios o meu nome ser pronunciado crto ou errado, mas ouvir aquela voz que canta, quando estou longe!
E nossos olhares nos seguirem até o horizonte nos permitir visão, em passos curtos, e dor da direção contrária...
Mas isso não está errado?
Não.. era apenas a sua imaginação novamente, não percebe que o que era pra ser quente, virou gelo, e hoje gela tua espinha?
Ele está distante. Ele nem ao menos te conhece!
Vocês nunca se viram!


Agora, por mim!

A ciranda de Lalinha


Encolho minhas mãos, seguras no respaldo do colchão que comprime minhas pernas, uma a outra, forço minha nunca para trás, os braços rentes ao corpo, sinto um pedaço de pele que tem sua identidade, os alvos segredos intimos, escuros e quentes que cabem entre meus dedos, me conforto nesse lençol de nuvens que envolve parcialmente sua silhueta, cultivo só um segredo de segurar seus tornozelos, que caem paralelos aos meus labios, firmes e vermelhos que escrevem no espelho da pele, com salivas calidas da pequena caricia que nao se inquieta, quer trovejar rente a seus seios lineares, seu ouvido atento ao sussuro da mordida da minha voz. Meu colchão é feito de areia movediça, na qual voce se afunda, até nao conseguir suportar, e grita aos fins do mundo, um grito com as unhas fincadas na minha nuca, tentando levar me contigo pra profundidade do ceu, onde só voce existe, onde entro na dança espacial, dos aneis dourados incandescentes, que voce valsa feito uma bailarina de Buarque, feito meus olhos tremulos que te encontram no meio de um rodopio metrico, pertence agora ao contorno do meu joelho, desenhando o traço do seu corpo agarrado a mim sem as mãos, presas em si, num choque termico e umido que sentimos pelo tato de sua afaga impressão, pelo meu paladar fissurado em sua boca, dentes, ceu da boca, garganta, amidalas, coração, vertebras de 1 a 7, as transversais e as longitudinais...minha prece de amor ..ajoelhada na natureza do meu passo timido, do desejo ...da liturgia de sua flor.



Por alguém.. 15h00min, 19/04/2009