O Brilho da Ciranda!

O Brilho da Ciranda!

domingo, 14 de junho de 2009

Afetos quentes!


Quentes...
Tanto quanto uma pedra de gelo descendo por toda a dimensão das costas!
Uma buchecha comprensada com o travesseiro, e olhos atentos, na janela de cortina vermelha, onde bate o Sol, que faz refletir a vermelhidão por todo o ambiente...
Até parece que tem gente!
É tua grande imaginação, ela te faz viajar por todos os lugares onde ele está, onde ele pode me ver e enxergar meu olhar vidrado, me sentir e sentir meu corpo todo arrepiado, sorrir e ver meu mais belo sorriso, cheirar aquele perfume que passo todos os dias esperando o nosso encontro, sentir minhas mãos geladas e suadas, mas apenas as mãos!
Sem dizer uma palavra, observar todos os milimetros do escafândro imaginado, fazer sentir meus suspiros, passar a mão e sentir a aveludado do rosto, do pescoço, dos ombros, das costas, do peito, da barriga..
Ouvir apenas o som das nossas risadas, fazendo ecos pelo mundo, transmetindo a sensação de futilidade dos acontecidos anteriormente, sentir a textura do cabelo!
E quando a hora do Sol ir embora para dar o lugar apenas para a Lua brilhar, ouvir da minha boca teu nome, junto com minha voz roca, triste e serena! .. Ouvir dos teus lábios o meu nome ser pronunciado crto ou errado, mas ouvir aquela voz que canta, quando estou longe!
E nossos olhares nos seguirem até o horizonte nos permitir visão, em passos curtos, e dor da direção contrária...
Mas isso não está errado?
Não.. era apenas a sua imaginação novamente, não percebe que o que era pra ser quente, virou gelo, e hoje gela tua espinha?
Ele está distante. Ele nem ao menos te conhece!
Vocês nunca se viram!


Agora, por mim!

A ciranda de Lalinha


Encolho minhas mãos, seguras no respaldo do colchão que comprime minhas pernas, uma a outra, forço minha nunca para trás, os braços rentes ao corpo, sinto um pedaço de pele que tem sua identidade, os alvos segredos intimos, escuros e quentes que cabem entre meus dedos, me conforto nesse lençol de nuvens que envolve parcialmente sua silhueta, cultivo só um segredo de segurar seus tornozelos, que caem paralelos aos meus labios, firmes e vermelhos que escrevem no espelho da pele, com salivas calidas da pequena caricia que nao se inquieta, quer trovejar rente a seus seios lineares, seu ouvido atento ao sussuro da mordida da minha voz. Meu colchão é feito de areia movediça, na qual voce se afunda, até nao conseguir suportar, e grita aos fins do mundo, um grito com as unhas fincadas na minha nuca, tentando levar me contigo pra profundidade do ceu, onde só voce existe, onde entro na dança espacial, dos aneis dourados incandescentes, que voce valsa feito uma bailarina de Buarque, feito meus olhos tremulos que te encontram no meio de um rodopio metrico, pertence agora ao contorno do meu joelho, desenhando o traço do seu corpo agarrado a mim sem as mãos, presas em si, num choque termico e umido que sentimos pelo tato de sua afaga impressão, pelo meu paladar fissurado em sua boca, dentes, ceu da boca, garganta, amidalas, coração, vertebras de 1 a 7, as transversais e as longitudinais...minha prece de amor ..ajoelhada na natureza do meu passo timido, do desejo ...da liturgia de sua flor.



Por alguém.. 15h00min, 19/04/2009